20|08|2025

Exportações de café caem em julho com pressão dos EUA

A queda nas exportações em julho 

Em julho, as remessas de café verde do Brasil registraram um declínio expressivo de 28,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados divulgados pelo Cecafé. O recuo foi amplo: as exportações de arábica caíram 20,6%, enquanto as de robusta (ou canéfora) quase foram reduzidas à metade. 

Atrasos nas entregas: um reflexo da nova tarifa dos EUA 

O panorama se complicou com a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo dos EUA, entrando em vigor neste mês. Diante disso, compradores norte-americanos do setor cafeeiro começaram a solicitar o adiamento das importações, aproveitando estoques que cobrem entre 30 e 60 dias. 

Essa postergação gera impacto financeiro direto aos exportadores. Em especial, aqueles que dependem de antecipações de câmbio (ACCs), um mecanismo de financiamento pré-embarque: atrasos elevam custos financeiros e taxas. 

Além disso, no mercado futuro vigente, há um quadro invertido de preços — ou seja, contratos com vencimentos posteriores têm valor inferior aos de curto prazo — o que agrava o prejuízo. No caso de adiamento de embarque de setembro para dezembro, estima-se uma perda adicional de cerca de US$ 10 por saca. 

Panorama geral do setor 

O Brasil se mantém como o maior produtor e exportador de café do mundo, com os Estados Unidos representando o principal destino das suas exportações. Embora os embarques estejam caindo significativamente, o setor continua intensamente envolvido em negociações com o mercado americano para mitigar os efeitos da tarifa. 

Em resumo, no mês de julho, o Brasil enfrentou forte retração nas exportações de café, impulsionada pelo aumento tarifário dos EUA que gerou atrasos planejados nas remessas, custos financeiros crescentes e pressão sobre margens por conta do mercado futuro invertido. 


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