A promessa de simplificação virou teste de sobrevivência para quem sempre jogou no limite.
Parece que 2026 vem aí com um presentinho para as empresas brasileiras: o split payment, “pérola” da Reforma Tributária que inicia em fase experimental. A medida está prevista e ganha contornos mais concretos com a LC nº 214/2025, que detalha regras do IBS e da CBS e, de quebra, “aproxima” o Fisco do caixa das empresas. Na prática, a antiga folga entre faturar e recolher o imposto começa a desaparecer, agora o tributo é retido automaticamente no momento da operação.
O impacto direto é simples e cruel: o fluxo de caixa das empresas vai emagrecer. Antes, a companhia recebia o valor total da venda e pagava os impostos depois — um intervalo que muitos usavam como se fosse um empréstimo sem juros. Com o split, o dinheiro já cai “fatiado”: uma fatia vai direto para o governo e a outra fica com o fornecedor, o que realmente sobrar da operação.
Mas vale entender o cronograma dessa virada. O split payment está previsto para começar em 2027, de forma opcional e restrita às transações B2B, como etapa de transição ao novo modelo. A obrigatoriedade para o B2B — e, depois, para o B2C — deve acontecer de forma gradual, em fases ainda sem prazos definidos.
A Receita Federal conduz o projeto, que exige maturidade tecnológica e alinhamento entre bancos, instituições de pagamento e sistemas de gestão fiscal.
A adaptação do sistema financeiro permitirá o fracionamento automático dos pagamentos, enquanto a implantação faseada busca mitigar riscos e garantir estabilidade. Ainda assim, especialistas consideram 2028 um horizonte mais realista para a consolidação do modelo, que promete fortalecer a governança fiscal e reduzir riscos de glosa.
A verdade é que o split payment é o sonho do Fisco: arrecada automaticamente, em tempo real, sem confiar em ninguém. Para o contribuinte, é o pesadelo da liquidez. Para quem sempre fez tudo certo, ótimo. Para quem vivia empurrando guias, o tempo de folga acabou. E convenhamos, esse intervalo foi movimentado — especialmente para quem nunca teve uma certidão negativa em dia.
E não pense que só os grandes vão sentir. O split payment vem com seu toque “democrático”: micro e pequenas empresas, inclusive do Simples Nacional, também entram na roda. O sistema prevê presunções de 8%, o que pode engolir boa parte da margem de quem já opera no limite. A promessa de simplificação vira um jogo de sobrevivência.
Os mais otimistas ainda colocam esperanças no chamado “split inteligente”, mecanismo high-tech de divisão de pagamentos para realizar transações complexas de forma automática. Mas sejamos francos: inteligência de verdade sempre foi cumprir as regras antes que o governo precisasse criar um algoritmo para evitar o calote.
E enquanto alguns vão descobrir, da pior forma possível, que o Fisco deixou de ser um credor paciente, nós seguimos em águas tranquilas. Afinal, o Grupo Skill já navega há mais de 46 anos no mesmo rumo: recolhendo o que é devido, emitindo certidões negativas e operando dentro da lei – sem sustos, sem atalhos e sem malabarismos contábeis.
Mas entre o caos e a cobrança automática, existe uma escolha verdadeiramente inteligente: ter os parceiros certos. Porque navegar por um mar tributário turvo não é para quem improvisa – é para quem se antecipa. Estar ao lado de quem entende de legislação, cumpre as regras e vive a conformidade há décadas é questão de sobrevivência. Afinal, no novo jogo fiscal, quem não tem parceiro sólido pode colecionar prejuízos.