Conheça a Síndrome de Burnout, condição incapacitante causada pelo excesso de trabalho.
O ano de 2020 começa marcado pelo Burnout ou esgotamento pelo trabalho. Segundo a Revista Exame – Edição de Fevereiro de 2020 – os países com maior incidência de Síndrome de Burnout são, respectivamente:
- Japão, com 70% de incidência;
- Brasil;
- China;
- Estados Unidos; e
- Alemanha;
O termo Burnout, traduzido ao pé da letra, quer dizer “queimar até o fim”, e está relacionado a uma estafa física e mental por excesso de trabalho.
Segundo Mario Louzã, psiquiatra e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o Burnout é composto por um tripé que inclui características da personalidade, situação de vida da pessoa e condições de trabalho, sendo este último o principal fator.
Algumas das causas da doença estão diretamente relacionadas à:
- Aceleração no ritmo de trabalho causada pela evolução e intensificação da tecnologia;
- O maior acesso à informação e os avanços nos diagnósticos; e
- Estresse associado às inúmeras e excessivas cobranças e incertezas de permanência na empresa.
No que se referem aos sintomas da Síndrome, estes podem se manifestar como:
- Dores de cabeça;
- Cansaço físico e mental intensos;
- Confusão na fala;
- Dormência nos braços;
- Lapsos de memória recente;
- Angústia;
- Insônia; e
- Desmotivação profissional e baixa produtividade.
É importante ressaltar que os sintomas acima citados não podem ser diagnosticados isoladamente. Estes são apenas alguns dos sinais que devem ser observados e variam de pessoa para pessoa.
Apesar de existirem profissões mais propensas a contribuir com a Síndrome de Burnout, comomédicos e policiais, não há um perfil profissional específico para isso. Sendo assim, todas as profissões tornam-se vulneráveis à doença.
Para as empresas o custo do Burnout é algo, atualmente, bem impactante. No Brasil, a doença custa para os empregadores cerca de 80 bilhões de dólares ao ano e nos Estados Unidos ela totaliza um montante de 300 bilhões de dólares. (Revista Exame, Fev/2020).
Estes custos referem-se à: custos médicos, baixa produtividade, absentismo, turnover, passivos trabalhistas e orçamentos para treinamentos de novos profissionais.
Segundo a Revista Exame, no ano de 2022 a 11º Edição da Classificação Internacional de Doenças, passará a valer e incluirá a Síndrome de Burnout como um problema ligado ao emprego e desemprego.
Jeffrey Pfeffer, Professor de Comportamento Organizacional da Escola de Negócios da Universidade de Stanford, menciona que a única saída eficaz para cessar o avanço dos casos de Burnout seja um redesenho do modelo de trabalho atualmente em vigor.
Sendo assim, é uma ótima prática e um fator de contrapeso que as empresas invistam em programas, palestras ou encontros que trabalhem o lado emocional e comportamental de seus colaboradores, desta forma, ajudando a evitar a doença e altos custos para as mesmas.
Algumas formas de tratamento da Síndrome de Burnout são:
- Prática de atividades físicas;
- Dieta balanceada;
- Psicoterapia;
- Tratamento medicamentoso (em caso necessário, após avaliação do médico psiquiatra); e
- Mindfulness (atenção plena).
Lembre-se
A Síndrome de Burnout é uma doença como qualquer outra e não deve ser ignorada, podendo se manifestar em qualquer indivíduo. Caso apresente estes sintomas, procure orientação de um psicólogo e de um médico.
Priscila Aguiar
Autora deste texto e psicóloga integrante do RH do Grupo Skill, Priscila é formada no Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) – 2006, especialista em Transtornos Alimentares e Obesidade pela Universidade de São Paulo USP – 2009 e em Recrutamento e Seleção por Competências na Universidade de Palermo (Buenos Aires, Argentina) – 2012.