Grupo Skill traz entrevista exclusiva com Fernanda Chirosa, psicóloga especialista em Análise do Comportamento Aplicada, que tira dúvidas frequentes acerca do TDA, no Abril Azul.

O Abril Azul está se encerrando depois de cumprir com uma missão muito especial: a conscientização do autismo! ????

De acordo com a ONU, o mês de abril carrega a cor azul como uma forma de conscientizar as pessoas sobre o autismo, assim como dar visibilidade ao TEA, o Transtorno do Espectro Autista. Dessa forma, com o objetivo de abordar o assunto mais profundamente, assim como tirar possíveis dúvidas e questionamentos sobre o assunto, entrevistamos a psicóloga Fernanda Chirosa, que é psicóloga especialista em Análise do Comportamento Aplicada, que aborda o TEA.

Confira abaixo essa entrevista imperdível:

Grupo Skill: Fernanda, como saber se uma criança é autista? Quais os principais sintomas?

Fernanda Chirosa: Os primeiros sinais são atrasos na fala, dificuldade em mostrar expressões faciais apropriadas a situações vivenciadas, dificuldade em manter relações e amizades interpessoais, além de comportamentos repetitivos, sem dar funções aos brinquedos.

GS: Meu filho foi diagnosticado como autista. O que devo fazer?

FC: Procurar uma equipe multidisciplinar, que irá montar um plano de intervenção individual para trabalhar as dificuldades apresentadas por este paciente, de modo a desenvolvê-lo para uma vida na qual ele consiga ser independente.

 

GS:  O que pode desencadear o autismo?

FC: Existem muitas causas genéticas envolvidas nesse processo. Para algumas crianças, o autismo pode estar associado com um distúrbio genético, como Síndrome de Rett ou síndrome do X fraco. No entanto, para outras crianças, mutações genéticas são as responsáveis pelo aumento do risco de autismo. Dessa forma, diversos genes podem alterar o desenvolvimento do cérebro ou a maneira como as células se comunicam ou determinam a intensidade dos sintomas. Ainda assim, algumas mutações podem ser herdadas e outras podem ocorrer espontaneamente. Além disso, pesquisadores estão explorando a possibilidade de fatores como infecções virais, medicações ou complicações durante a gravidez ou poluentes presentes no ar desempenharem um papel em desencadear o Transtorno do Espectro Autista.

GS:  Como é feito o diagnóstico?

FC: O diagnóstico é feito pelo neurologista, ou mesmo neuropsicólogo, que irá realizar observações clinicas sobre o comportamento do paciente e também entrevistas com os pais e cuidadores. Este profissional pode fazer uso de alguns protocolos como a Escala MCHAT ou a escala de triagem ATA.

GS: Com qual idade o diagnóstico pode ser feito?

FC: Normalmente o autismo é diagnosticado na infância e, segundo o DSM V, pode ser feito em crianças a partir de 3 anos de idade. No entanto, alguns sinais podem ser percebidos desde o nascimento.

GS: Existem diferentes graus de autismo?

FC: Conforme o DSM V, os graus de autismo variam de acordo com o grau de funcionalidade e dependência do paciente, podendo ser subdividido em 3 graus:

???? Nível 1 (autismo leve): alguém neste nível tem problemas para iniciar interações e mostra menor interesse nos relacionamentos. O comportamento inflexível leva a dificuldades nas atividades cotidianas.

???? Nível 2 (autismo moderado): neste nível, as pessoas têm dificuldade acentuada com a comunicação verbal e não verbal. Eles têm habilidades sociais limitadas. Sua inflexibilidade é óbvia para observadores casuais.

???? Nível 3 (autismo severo): alguém neste nível tem graves dificuldades de comunicação, incluindo modos verbais e não-verbais. Eles têm acentuada dificuldade de funcionamento.

GS: Existe tratamento? Como ele funciona?

FC: O autismo, na verdade, não tem cura. No entanto, o tratamento é feito com uma equipe multidisciplinar composta por Psicólogo, Fonoaudiólogo, Terapeuta Ocupacional e Psiquiatra, que irão trabalhar em prol de desenvolver repertórios de habilidades neste paciente, para que ele consiga adquirir autonomia em seu dia a dia. Além disso, é muito recomendado o uso da Terapia “Aba”, Analise do Comportamento Aplicada.

GS: Pode-se dizer que o distúrbio é mais frequente em meninos ou meninas? Por quê?

FC: O autismo é mais frequente nos meninos, sendo diagnosticados quatro meninos para cada menina. Existem duas possíveis leituras sobre essa diferença: a primeira considera que o transtorno realmente atinge mais homens. A segunda hipótese diz que as mulheres são atingidas de forma diferente e, por causa disso, o diagnóstico não é concluído como autismo. No entanto, os sintomas menos reconhecíveis em meninas podem levar à identificação tardia ou incompleta da condição.

GS: É importante que, além da criança, a família também faça terapia?

FC: É importante que a família procure ajuda de um especialista, para esclarecer todas as dúvidas frente a este novo diagnóstico. Outra coisa importante é conversar com outras famílias que passam pela mesma situação, para troca de experiências.

O Grupo Skill agradece à Fernanda pelo compartilhamento de tantas informações valiosas e essenciais! A conscientização de assuntos tão importantes é uma das formas de acolhermos essas pessoas, além de lutar contra o preconceito e pensamentos retrógrados. Que o Abril Azul tenha sido esclarecedor para todos nós! ????


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Equipe Skill


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