Por Tiago Anjos*
Neste exato momento, alguém pode estar sendo vítima de uma fraude financeira. Embora esse problema seja abordado recorrentemente, ainda assim, os índices de golpes seguem crescendo ano a ano. E, dentre as diversas formas para blindar possíveis ataques e garantir a segurança durante as operações, a tecnologia ganha papel de destaque.
A realidade assusta. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Serasa, a cada 10 brasileiros, quatro já foram vítimas de fraudes financeiras. Além disso, segundo o relatório divulgado pela Apura Cyber Intelligence, as tentativas de fraudes mais comuns englobando o uso de cartões de crédito, débito ou pré-pago, tiveram um aumento de 637% no primeiro semestre de 2022 em relação ao mesmo período no ano anterior.
Os dados chocam, afinal, já não existem medidas protetivas para evitar tais problemas? Sim. Atualmente, diversas empresas têm adotado métodos a fim de garantir a segurança dos usuários, sendo as mais conhecidas: verificação de identidade, a qual o sistema só libera o acesso mediante ao reconhecimento facial ou biometria; análise de dados, em que a empresa possui padrões para observar as informações e identificar alguma movimentação suspeita; e a autenticação de multifator, relacionada a ações de confirmação de autenticidade para além da senha numérica, através de SMS ou e-mail.
Certamente, todos esses recursos estão atrelados ao potencial uso da tecnologia que ajuda a garantir a aplicação desses métodos. Hoje, por exemplo, empresas credoras já estão respaldadas do uso da Inteligência Artificial (IA) para confirmar informações e monitorar as ações dos usuários. No entanto, mesmo diante de tamanhos recursos, as fraudes financeiras no Brasil seguem crescendo em um ritmo acelerado, tendo registrado no final de 2022, pelo Serasa Experian, o total de 682 mil tentativas.
Uma das fortes razões para esse cenário está, justamente, no fato de estarmos inseridos em um sistema que possui um déficit de educação financeira. Temos enraizado em nossa cultura o pensamento de precisar “sentir na pele” para, de fato, mudar a postura e padrão comportamental. Até porque, embora exista um grande apelo da importância de verificar onde irá adicionar dados pessoais, principalmente bancários, muitos ainda acabam se tornando vítimas por negligenciarem tais riscos.
Diante dessa perspectiva, precisamos enfatizar que, assim como os usuários, as empresas também estão sujeitas a fraudes. Não à toa, vemos com frequência grandes monopólios no alvo de escândalos financeiros, pois não tinham um controle operacional eficiente para se blindarem da possibilidade de serem suscetíveis a esse cenário.
Nesse aspecto, podemos afirmar que a tecnologia é uma forte aliada para eliminar e proteger de possíveis fraudes financeiras. Entretanto, sem o escopo necessário para sua aplicação, não irá surtir eficácia alguma. Isso é, torna-se primordial que os usuários cultivem a consciência do maior cuidado durante as operações, bem como as organizações estejam munidas de softwares que garantam a sua máxima segurança.
Uma boa ação para isso é contar sempre com o apoio de um sistema de gestão que tenha incluso em suas funções soluções de apoio fiscal e financeiro que ajudem no máximo controle, agilidade e segurança dessas operações – como é o caso da VAN Bancária, que facilita o envio direto das informações sem que transite em outras vias.
Todos esses recursos apontados são provenientes ao suporte oferecido pela tecnologia que, cada vez mais, vem trazendo novos métodos seguros e protetivos. O Blockchain, por exemplo, vem se tornando a grande aposta para o setor financeiro, já que permite a centralização de todas as informações dos usuários e garante uma forte trilha de auditoria para identificar prováveis falhas.
Assim, precisamos deixar claro que as fraudes financeiras podem ser eliminadas com o apoio da tecnologia, desde que haja um apoio mútuo de ambas partes envolvidas no que condiz em sua aplicação correta. Não podemos afirmar que esse problema será extinto, uma vez que envolve diversos aspectos em sua resolução. Mas, nessa jornada, a tecnologia certamente será a grande guia para esta máxima segurança.
* Tiago Anjos é gerente de produtos do Grupo Skill