Cemig opta por desinvestir e fortalecer balanço com venda à Vale

A Cemig divulgou recentemente a venda de sua participação de 45% na Aliança Energia para a Vale, por um total de R$ 2,7 bilhões. Com essa transação, a Cemig passará a deter 45% da indenização que a Aliança Energia pode receber devido ao Desastre da Barragem de Fundão, que impactou uma de suas Usinas Hidrelétricas (UHEs).

O valor da venda foi estabelecido com base nas demonstrações financeiras de 30 de junho de 2023 e está sujeito a atualizações de dividendos e correção monetária do CDI. Esse acordo está sujeito à aprovação regulatória e do CADE, com o preço implicando um múltiplo de 8,3x EV/EBITDA 2023. Este movimento de desinvestimento já estava planejado pela Cemig e é considerado positivo, potencialmente impulsionando o pagamento de dividendos futuros. A recomendação de COMPRA é mantida, com um preço-alvo de R$16/ação.

Além disso, a Aliança Energia é uma empresa de geração de energia co-propriedade da Vale (55%) e da Cemig (45%), possuindo uma capacidade instalada de 1.438 MW, distribuída entre 7 Usinas Hidrelétricas (UHEs) e 3 Parques Eólicos (um em construção). Uma dessas UHEs, a Candonga – Risoleta Neves, teve suas operações impactadas pelo desastre da Barragem de Fundão, com a empresa estimando uma indenização de R$ 222 milhões.

A venda para a Vale está alinhada com a estratégia da Cemig, que já havia planejado desinvestimentos nessa área. Essa transação pode gerar valor para ambas as empresas, especialmente pela possibilidade de sinergias relevantes na Vale. A análise preliminar do negócio revela um múltiplo EV/EBITDA atrativo (8,3x), superando as estimativas iniciais e se aproximando do valor de R$ 2 bilhões.

Considerando o balanço desalavancado da Cemig, existe a possibilidade de distribuição de dividendos além do estabelecido em sua política atual. Nesse contexto, a recomendação de compra permanece, com um preço-alvo de R$16/ação.