Por Érico Almeida*

Já se foi o tempo que o setor de RH se resumia em atividades exclusivas de processos administrativos que garantiam o bom funcionamento da empresa. Assim como diversas áreas sofreram transformações ao longo do tempo, com os Recursos Humanos não foi diferente. Atualmente, a atuação da área vai muito mais além, tendo suas funções focadas nas pessoas.

Os primórdios do setor, considerado RH 1.0, tratava-se de uma área burocrática e responsável apenas por tarefas de admissão e demissão. Com a chegada da fase do RH 2.0, ali foram dados os primeiros passos em prol do desenvolvimento de carreira do colaborador, compreendendo sua importância na organização – mas, o departamento ainda era norteado por inúmeros processos. E, com o início da revolução digital, o RH 3.0 passou a integrar o uso de ferramentas de gestão para reduzir e agilizar os processos. Assim, chegamos a fase do RH 4.0, na qual uso da tecnologia se tornou primordial para garantir desde o sucesso até sua eficiência.

*Érico Almeida, sócio-gerente do Grupo Skill

E, considerando os diversos avanços tecnológicos que surgem e ganham popularidade, chegamos a fase do RH 5.0, cuja atuação vai ao encontro das pessoas e tem como princípio unificar o uso da tecnologia com foco no bem-estar do colaborador e nos negócios. Para auxiliar o departamento pessoal nessa atual jornada de transição operacional, destaco sete tendências de mercado fundamentais para elevar os ganhos do setor:

#1 Tecnologia All In One: tudo em um só lugar. É fundamental que o setor de RH invista no uso de softwares que tenham capacidade de executar todos os processos da área em um só lugar. É isso o que irá ajudar a simplificar as atividades, bem como obter ganhos de agilidade e rastreabilidade, favorecendo tomadas de decisões mais assertivas.

#2 Inteligência Artificial (IA): de acordo com a Gartner, 81% dos líderes de RH já exploraram ou implementaram soluções de IA para melhorar a eficiência dos processos nas suas organizações. Ainda há muito potencial a ser descoberto com essa tecnologia, no entanto, já é comprovado que seu uso no departamento pessoal pode favorecer na gestão, coleta e análise de dados, trazendo ainda mais confiança nas informações obtidas.

#3 RH Digital e Salário Emocional: a digitalização dos processos é inevitável, uma vez que vemos, até mesmo, ações governamentais visando facilitar as tratativas que podem ser executadas digitalmente. Sendo assim, a ferramenta em questão tem a capacidade de unir dados e processos e ajudar nesse aspecto. E, com a eliminação da burocracia, cabe ao RH destinar o foco em prol de compreender e desenvolver ações que atendam ao novo perfil do colaborador, o qual tem como prioridade máxima obter benefícios e flexibilidades no trabalho.

#4 Teletrabalho: sim, a pandemia de Covid-19 foi um divisor nos modelos de trabalho. Já notamos se consolidar um cenário em que o home office foi amplamente aderido, e a tendência é continuar. Deste modo, o RH precisa, mais do que tudo, estar preparado para administrar os diferentes regimes de trabalho e auxiliar a organização como um todo a aceitar essa mudança.

#5 Avaliação do desempenho: ter feedbacks constantes pode fazer total diferença nas operações. Isso é, essa frequência é benéfica para que o colaborador tenha margem para aprimorar aquilo que seja necessário, bem como se sinta cuidado e incluso nos planos de crescimento da empresa.

#6 Programas de capacitação: complementando a tendência anterior, esse é mais um aspecto que precisa estar no radar do RH. É necessário que, após a avaliação, sejam oferecidos para o colaborador treinamentos que os capacitem e orientem frente ao objetivo almejado – gerando, assim, uma rede de apoio e investimento no talento profissional de cada um.

#7 Privacidade de dados (Cibersecurity): a segurança segue sendo um ponto crucial para o RH. Constantemente, as organizações estão sujeitas a vazamento de dados através de ataques e, dessa forma, é essencial que o software utilizado esteja alinhado com a LGPD, assegurando a máxima proteção na indexação de informações e registros da empresa.

Todas as tendências têm em comum o fato de utilizarem a tecnologia a favor das pessoas, o que vai ao encontro do conceito de RH 5.0. Porém, vale frisar que a escolha de uma solução ou software para o departamento pessoal deve ser pautada na busca pela opção que irá atender as necessidades da empresa, bem como ofereça qualidade, segurança e seja condizente com a realidade do negócio.

Certamente, todo processo de mudança cultural causa dor e desconforto durante o caminho. Por isso, ter o auxílio de uma consultoria especializada nesse tipo de abordagem também é um excelente recurso a ser considerado, uma vez que estes profissionais poderão ajudar desde na gestão de ferramenta, até na obtenção de resultados.

Com a proximidade de 2024, é hora do setor de RH dar início ao seu planejamento estratégico, fazendo uma análise aprofundada do que há de melhor no mercado. A tecnologia no setor é indispensável, e as previsões são que, até 2025, novas conjecturas para a área sejam instauradas, o que irá acometer numa maior necessidade de adequação. Por isso, o quanto antes o departamento pessoal estiver preparado, melhores serão seus resultados frente as suas próximas fases de evolução.


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