O número de mulheres em cargos de liderança tem crescido, mas ainda falta muito para que esse cenário se torne igualitário.

Você já deve saber que o mercado de trabalho oferece oportunidades diferentes para homens e mulheres, certo? Porém, esta disparidade é ainda maior na disputa por posições de chefia. Portanto, neste texto falaremos sobre as dificuldades enfrentadas por mulheres que buscam alcançar cargos de liderança e o que tem mudado neste contexto nos últimos anos.

A situação das mulheres no mercado de trabalho

No Brasil, o crescimento da presença feminina no mercado de trabalho é historicamente recente. Estudos apontam que o número de mulheres em ocupações remuneradas começou a se acentuar mais significativamente a partir da década de 1970, por influência da expansão industrial e do êxodo rural. De lá pra cá, a participação da mulher foi, gradativamente, se tornando comum em grande parte dos cargos e das áreas de atuação.

Ablogskille que, apesar do nível de igualdade de gênero ter melhorado consideravelmente, muitos fatores ainda atrapalham a ascensão profissional dessa fatia da população, que encontra mais obstáculos para alcançar posições de liderança nas empresas em comparação com o sexo oposto.

Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), levantados pela Folha de São Paulo, apontam que o número de mulheres de 30 a 49 anos em cargos de gerência e diretoria aumentou de 32,3% e 31,9%, respectivamente, para 39,2% e 42,4% entre os anos de 2003 e 2017. Ainda assim, segundo pesquisa feita pela Bain & Company, em parceria com o LinkedIn, apenas 3% das brasileiras ocupam cargos de liderança.

Quais são as barreiras enfrentadas por elas?

Um dos obstáculos enfrentados pelas trabalhadoras é o preconceito com a maternidade. Muitas empresas preferem não promover candidatas que pretendem engravidar, pois acreditam que, durante a gestação, a funcionária passa a ser menos produtiva, além de precisar se ausentar depois de dar a luz.

As mulheres que já possuem filhos também encaram dificuldades. Uma pesquisa divulgada recentemente pela Catho aponta que 48% das mães já tiveram problemas no trabalho ao precisarem se ausentar porque o filho passou mal e 52% relatam ter passado por constrangimentos durante a gravidez ou após a licença-maternidade.

Outro empecilho é a falta de mulheres em bancas avaliadoras. Esse fator tem influência na hora de decidir quem será promovido ou contratado para cargos de chefia e diminui ainda mais as chances das candidatas, pois os homens acabam por contratar mais pessoas de seu gênero.

Para a Sócia-Diretora de Tecnologia do Grupo Skill, Marcela Sano, um dos maiores desafios para alcançar cargos altos é conquistar credibilidade, principalmente em áreas em que o gênero masculino é predominante. “Atualmente, apesar de termos mais mulheres na liderança, ainda há aquele sentimento de que precisamos ter um destaque maior para alcançar cargos mais elevados”, acrescenta.

Além disso, a falta de autoconfiança também é um coeficiente dessa equação. Por já terem presenciado ou passado por situações em que foram desfavorecidas em decorrência de seu gênero, muitas mulheres acabam desenvolvendo inseguranças quanto as suas capacidades profissionais.

Bárbara Santos, gestora do setor de Serviços de Gestão de Pessoal do Grupo Skill, já passou por isso em uma empresa onde trabalhou alguns anos atrás: “Tratava-se de ambiente onde mais de 70% dos líderes eram homens. A forma como escutavam a mim e a um homem na mesma posição que eu era muito diferente”. Ambientes de trabalho com essa dinâmica podem trazer muitos danos, com os quais as mulheres acabam tendo que lidar posteriormente: “Isso realmente desenvolveu em mim alguns bloqueios, que, hoje, graças a muita reflexão, sessões de coaching e análise, não tenho mais”.

Isso pode desenvolver a chamada síndrome do impostor, que é quando, mesmo sendo qualificado e desempenhando o seu trabalho da melhor forma possível, o indivíduo não se considera preparado para exercer uma função de maior responsabilidade. Essa condição é muito comumente identificada em mulheres que ocupam cargos de liderança, atormentando, até mesmo, as que têm uma carreira muito bem consolidada e prêmios em seu currículo.

E como alcançar cargos elevados mesmo com esses empecilhos?

Terezinha Anneia, Sócia-Diretora Técnica de Contabilidade do Grupo Skill e Vice-Presidente Financeira do SESCON-SP, iniciou a sua carreira na contabilidade ainda muito jovem. Na faculdade, se formou junto a uma classe composta por cerca de 20 homens e apenas mais uma mulher além dela. Este cenário foi mudando gradativamente e, segundo dados do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), hoje, as mulheres já representam 42,8% dos profissionais de contabilidade do País.

Na opinião de Terezinha, o primeiro passo para ser bem-sucedida em qualquer área de atuação, não apenas naquelas de maioria masculina, é ter força de vontade e ir atrás de qualificação. A competência e o reconhecimento surgirão destes dois fatores. Além disso, é necessário se posicionar e ser uma pessoa agregadora para a empresa ou órgão onde trabalha.

Marcela Sano acrescenta: “Minha dica é para que nunca percam a sua essência. Em uma empresa que valoriza o ser humano independentemente do gênero, certamente o reconhecimento virá pelo profissionalismo e pela ética”.

É possível ser diferente?

Sim, é possível! O Grupo Skill pode ser considerado uma exceção no mercado de trabalho como um todo e também no setor da contabilidade, no qual as profissionais do sexo feminino são minoria. Isso porque, dos sete cargos de diretoria e gerência existentes na empresa, seis são ocupados por mulheres. Além disso, mais de 70% das demais posições de liderança são femininas.

O Presidente e Fundador da empresa, Marco Antonio Pinto de Faria, explica que esse diferencial se moldou naturalmente na empresa. O fator determinante para a realização de contratações sempre foi, antes de tudo, a competência dos candidatos, deixando de lado qualquer tipo de distinção que não esteja relacionada ao âmbito profissional.


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